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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"Bosque de Londrina"



Em 1950 no “Bosque Marechal Cândido Rondon” no centro da cidade de Londrina,”  Seni Lazarini” posa para uma foto histórica, juntamente com seus jovens velhos amigos e companheiros de trabalho nos 
canteiros de obras das primeiras grandes edificações de nossa cidade.
Da esquerda para direita; “Alberto Bonafini”, “Genésio Corsini”,” Seni Lazarini”.




                                     "Seni Lazarini" foi morador da "+"Vila Casoni".





 Transcrição da matéria da   (FOLHA Cidades) - FOLHA DE LONDRINA - 11/09/2012) 

O encanador do Bosque                     

Londrinense de paixão, o paulista Seni Lazarini é responsável por obras como os banheiros da Área Central.

Micaela Orikasa
Reportagem local

          Um senhor caminha pelo Bosque Marechal Cândido Rondon no centro de Londrina, usando seu inseparável chapéu  Panamá. Ele para, olha para cima e, com ar saudosista, fala de sua parcela na construção do local “mais do que saudade, parece um sonho quando eu penso nesse lugar”, diz Seni Lazarini, hoje com 85 anos.
          Há exatamente 67 anos, o paulista, filho de imigrantes italianos, foi o responsável, junto com outros dois amigos, pela construção dos banheiros e da caixa d’água do Bosque, em 1949. “Imagina um lugar fechado de mata nativa, com espécies de árvores como pau d’alho e peroba-rosa. A Rua Piauí era de terra e na Concha Acústica funcionava um ponto de ônibus”, relembra.
          Ao olhar ao redor, ele percebe as mudanças no local e lamenta: “Londrina cresceu muito rápido e hoje esse lugar está triste. É muita sujeira de pombo e uma sensação de abandono”, comenta ele, que ao contrário de décadas passadas, não frequenta mais a área.
           Pai de sete filhos e avô de oito netos, Lazarini adotou Londrina como uma filha. Ainda criança, mudou para Santa Mariana (norte pioneiro) com os pais que foram trabalhar nas lavouras de café. Em 1946, veio para Londrina onde aprendeu a profissão de encanador.
           Seu primeiro serviço foi na construção do Hotel Coroados, depois o Hospital Evangélico, o antigo prédio do Cadeião e o Bosque Central, quando tinha 22 anos. Ao voltar ao passado, ele conta a alta demanda de serviços na década de 50. “Construíamos casas e ao mesmo tempo, íamos recebendo outras propostas. Era um trabalho atrás do outro. Certo dia  estávamos no topo de uma obra quando observamos dois aviões de pequeno  porte se chocando no ar. Um deles caiu na Praça Rocha Pombo, mas quando chegamos, já estava em chamas”, lembra, se referindo ao acidente de agosto de 1947.
            Sentado nos bancos do Bosque, ele também resgata os momentos em que o local, doado pela Companhia de Terras Melhoramentos Norte do Paraná, era um ponto de encontro dos londrinenses. Aos poucos, o local ia ganhando forma de praça.
             Bancos eram instalados para a alegria dos casais que aproveitavam a paisagem para namorar, as trilhas eram utilizadas nos passeios de bicicletas pelos rapazes e o minizoológico que existia no local fazia a diversão das crianças. “Tinha anta, tartaruga, macaco. Nosso lazer começava aqui e terminava na Avenida Paraná (calçadão), pois aos finais de semana a rua era fechada e se enchia de moças, rapazes, pipoqueiros, e lambe-lambes”, destaca.
              Com a “Geada Negra” de 75, que atingiu a cidade, Lazarini mudou-se para São Paulo em busca de trabalho, mas não conseguiu ficar longe da terra vermelha. Hoje esse homem que teve um papel fundamental na “construção” de Londrina continua morando na Vila Casoni (Área Central), onde conheceu a esposa, se casou e constituiu família. E de casa, continua a observar a “pequena Londrina” guardada na lembrança, se transformando em uma grande cidade formada por histórias como as suas, vivas na memória.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"FAMÍLIA LAZARINI"

Esta foto de 15/11/1999, registrou na chácara da família, em Londrina, um Encontro de Confraternização dos filhos de meus avós; "Ida Ferracini” e “ Alberto Lazarini", ambos nascidos no Estado de SP. filhos de filhos de Imigrantes Italianos e Pioneiros Londrinenses,   que em Londrina,  depositaram seus sonhos e aspirações. Quando aqui chegaram, na década de 40,  a princípio, se instalaram , em uma  das antigas casas de madeira, existentes  na rua Mato Grosso, no centro da cidade. Posteriormente, adquiriram lotes e construíram suas casas na  “Vila Cazoni” um dos bairros mais antigos, localizado na área central da cidade, onde nasceram e vivem até hoje, alguns de seus descendentes, outros se espalharam pela “Nossa Pequena Londres” e continuam através de gerações a  escrever sua exuberante história.
"Ida" filha de família abastada , dona  de terras, filha do  patrão ,o  dono da fazenda e além disso tudo, uma  bellìssima ragazza di occhi neri”.
"Alberto" o filho do colono, o... empregado da fazenda , porém,  dono de “ bellìssimi occhi azzurri   e exímio dançarino de "Catira" ( dança do folclore brasileiro, em que o rítmo é marcado pela batida dos pés e das mãos do dançarino).
E foi assim, que no ano de 1922, em Itápolis,  na festa da colheita do café, que aconteceu na fazenda, como era o costume daquela época, o coração da bela ragazza, bateu no ritmo das batidas dos pés , e das  mãos  do Bertinho (como era chamado)   na dança da Catira... e o resultado foi de uma convivência longa e de muitos filhos.
Na foto, 08 dos 11 filhos do casal; da esq. p/ dir. em pé; Nelson Lazarini, Seni Lazarini , Antonio Lazarini. Sentadas, da esq. p/ dir.; Maria Aparecida Lazarini, Eva Adenir Lazarini Bastos, Odila Lazarini Bocati, Maria Natalina Lazarini Ruiz, Lucia Lazarini Bonzanino (mia mamma).
Em memória; Pedrina Lazarini,  Nivaldo Lazarini e Romilda Lazarini Gomes, já falecidos na ocasião do Encontro.


                                               FAMÍLIA  LAZARINI

"Histórias de Vida"

Considerações

A Técnica de “história oral”, segundo Thompson (2002, p.44), a história oral pode ser muito importante, à medida que constrói o passado em torno de pessoas, lança a vida para dentro da própria história”. Mais do que fornecer novos dados à pesquisa, a “história oral” pode devolver às pessoas que fizeram, e vivenciaram a história, um lugar fundamental, mediante suas próprias palavras. E ainda; segundo Meihy, (2002, p.15), a história oral é a “história viva”, pois “possibilita uma percepção do passado como algo que tem continuidade hoje e cujo processo histórico não está acabado”.
Tive a oportunidade, no ano de 1994, no Colégio Estadual Vicente Rijo de Londrina, de comprovar o sucesso dessa técnica de pesquisa “história oral” com o desenvolvimento do Projeto “Memória História da Família” (de minha autoria) nas minhas turmas do Colegial no decorrer do ano letivo. Os objetivos foram alcançados e o saldo foi altamente positivo. Não só para os envolvidos no trabalho diretamente, como os alunos, professor, família, mas em especial para os “IDOSOS” que tiveram  participação fundamental que possibilitou o resgate da História Familiar de cada aluno que se dedicou a ouvir  o “filão de ouro” , essa rica fonte de informação no  resgate histórico que são as pessoas idosas; os avós que nos cercam ,com quem estamos acostumados a conviver e que passam muitas vezes, desapercebidas até  mesmo no convívio familiar.
Essa parceria do aluno com os familiares,  para resgatar a história familiar e escrever o Livro da Família, tendo como principais parceiros,  os avós, munidos de seus baús com seus ricos guardados como  documentos, e fotos... foi sem sombra de dúvida, o clímax  do trabalho. Foi o meio, o caminho, mais importante, que possibilitou a reconstrução dos feitos, resgate da valorização e da auto estima do idoso, e por último o reconhecimento do valor histórico de sua história inserida na composição da história da cidade (Londrina).

Ao que eu me proponho nessa página: Percorrer os caminhos que levei meus alunos em 94,  na busca de suas origens, resgatando sua história, da sua família escrevendo a história da cidade.

Porém com o seguinte diferencial: pretendo focar minhas pesquisas e postagens inéditas, sobre Famílias Londrinenses Pioneiras, de imigrantes ou não e seus descendentes, independente da classe social e ao bairro a que pertençam, mas que ainda não tiveram suas memórias contadas, resgatando fotos e Histórias de vida, que contam a História de Londrina numa constatação de que a “essência de família” é uma só, não muda e mesmo com o passar do tempo, permanece inalterada. Continua sendo a "Célula Mater da Sociedade" na qual se sustentam e são preservados  a moral e o respeito, fatores responsáveis diretos pelo progresso e desenvolvimento saudáveis da comunidade.